O Auto da Barca do Inferno é um auto de moralidade escrito por Gil Vicente, que coloca em julgamento 10 personagens, que serão julgadas de acordo com a vida que levaram, podendo ser condenadas ao inferno ou consideradas merecedoras da salvação.
Pessoalmente, gostei da obra. A obra de Gil Vicente agradou-me, porque o dramaturgo conseguiu criticar a sociedade portuguesa da sua época de forma divertida, mas sem deixar de expor os seus defeitos. Para além disso, também achei interessante o facto de ele enriquecer o seu texto com vários recursos expressivos que, muitas vezes, acabavam por dar ênfase às características de determinadas personagens. Por exemplo, o uso da ironia por parte do Diabo realça o facto de ele ser sarcástico.
Por outro lado, pode haver quem defenda que Gil Vicente exagerou nas críticas que fez a algumas classes sociais, como por exemplo, nas críticas feitas ao Clero e à Nobreza, que são os grupos sociais mais satirizados e que, a meu ver, são as críticas mais pertinentes.
Considero, porém, que este argumento não é válido, tendo em conta as referências históricas que existem da época e que comprovam muitas das críticas vicentinas às referidas classes sociais. Se fosse eu a julgar as personagens que vão passando pelo palco, não faria qualquer alteração na sua sentença nem nas críticas apresentadas.
Em conclusão, achei a obra bastante interessante, por todos os grupos sociais satirizados e pelo seu enriquecimento textual com recursos expressivos e diferentes tipos de cómico. Por estes motivos, recomendaria esta obra aos meus amigos. Achei todas as personagens interessantes, mas a que mais me agradou foi o Parvo e, por isso, seria a que eu escolheria para interpretar, caso tivesse oportunidade de o fazer!
Íris Ferreira
9º D
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