Uma Aventura no mundo mágico da Química
Embora vivesse num reino mágico, onde era vulgar fazer aparecer, por magia, os convidados de uma festa e onde vários amuletos mágicos enchiam as prateleiras das lojas, Carlota não conhecia bem as fórmulas mágicas. Foi o que aconteceu quando transformou o seu cão numa Tabela bastante estranha. Mas não era uma tabela qualquer.
Era uma tabela grande, com coisas escritas em precisamente 118 quadrados com cores diferentes e com nomes muito estranhos: hidrogénio, carbono… A princípio, estava assustada por ter transformado o cão que dizia ser o seu melhor amigo, o Pantufinha, numa tabela esquisita, mas com uma certa organização invulgar. Como não percebia o que era aquilo, e com remorsos de que o Pantufinha não voltasse, foi à biblioteca do reino mágico onde vivia.
A biblioteca era um edifício extravagante, branco, com pequenos fios de ouro nas extremidades, como se fossem bordados. Entrou lá e dirigiu-se rapidamente a uma parte sobre diversas tabelas. Viu um livro que lhe chamou particularmente a atenção: numa prateleira estava um livro volumoso com capa bordô intitulado “Uma Tabela Mágica: A Tabela Periódica dos Elementos”. Ao folheá-lo, viu um capítulo cujo nome era “Uma Tabela com evolução devida a vários cientistas”. Folheou as páginas desse capítulo e conheceu novos cientistas que nunca ouvira falar anteriormente: Meyer e Mendeleev com uma tabela organizada pela massa atómica, Mendeleev com a Tabela Periódica dos Elementos e a descoberta de elementos ainda não encontrados. Numa página destacável, encontrou aquilo que procurava: a tal tabela. Ao observá-la melhor, descobriu o tema dela. No canto inferior esquerdo apareceu a palavra” Química”.
- O tema disto só pode ser química…. Mas como é que faço para voltar a transformar o Pantufinha outra vez no cão fofo que é? - pensou Carlota, sem se aperceber que a resposta estava mesmo debaixo do seu nariz…- Para poder investigar melhor, requisitou o livro, mesmo que a bibliotecária não quisesse muito, pois ela alegava que a química era um dos temas da Magia Negra, e se uma pessoa residisse num reino mágico bom, (era o caso da Carlota) não devia aventurar-se nesses caminhos obscuros.
- A senhora Valéria só diz barbaridades… A opinião dela acerca da química é completamente do século passado, quando este reino perseguia os químicos… Mas agora não! - pensou Carlota, após sair da biblioteca, com o livro apertado contra o peito.
Quando chegou a casa, encontrou uma moeda no chão.
- Ahh! Esta moeda foi o meu primeiro feitiço! - disse ela, pegando na moeda. - É um antídoto para qualquer tipo de outros feitiços! Posso trazer o Pantufinha de volta! Mas, ao olhar melhor para a moeda, apercebeu-se que ela estava oxidada. -E agora? -pensou ela. -Não consigo ver a inscrição! Por favor, química, ajuda-me! Folheou o livro e leu uma curiosidade sobre o fósforo (elemento químico). Aqui diz que, como a Coca-Cola tem uma substância (solução diluída de ácido fosfórico) utilizada para remover a ferrugem, se colocar aqui uma moeda oxidada, daqui a alguns dias ela vai estar novinha em folha!
Esperou alguns dias, e quando a retirou, ela estava mesmo reluzente! Assim, o melhor cão do mundo, o Pantufinha, voltou!
A Carlota ficou conhecida mundialmente por ter usado a química para resolver algo que nunca ninguém antes tinha conseguido fazer, e ainda ficou com o seu nome no nº 119 da Tabela Periódica: Carlotium, pelos feitos na área da química. E a Senhora Valéria aprendeu também que não se deve julgar nada, nem mesmo a química! Apesar de tudo isto, o que tornou a Carlota realmente feliz foi a companhia do seu Pantufinha!
Carlota Almeida, nº 3, 5º B
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