O conto “Um dia destes”, de Gabriel Garcia Márquez, que tanto interesse nos despertou, refere, de uma forma simples e objetiva, uma história passada na Colômbia, em que um alcaide se dirige autoritariamente a um dentista local para este lhe extrair um dente do siso. Perante a insistência e as ameaças do alcaide, o dentista acaba por atendê-lo e fazer o que ele lhe pediu. No final do conto, o alcaide prova ser corrupto, ao afirmar que tanto o dinheiro do município como o seu próprio dinheiro saíam do “mesmo saco”, quando o dentista o questionou sobre para onde deveria mandar a conta da consulta.
Este conto suscitou bastante o nosso interesse, pois este aborda temas como a opressão sofrida nas mãos do regime colombiano, a agressividade exercida pelos superiores e a corrupção, de uma forma indireta, porém, clara e percetível.
O número reduzido de personagens permite-nos a nós, leitores, entrar na história mais facilmente e até imaginar outros episódios com o alcaide e o dentista.
Faz-nos ainda refletir sobre a antiga situação política da Colômbia onde os cidadãos eram vítimas de violência por parte da autoridade (“Aqui paga-nos vinte mortos.”). Além disso, retrata um poder corrupto em que os alcaides usavam o dinheiro do estado para fins pessoais (“-Manda-me a conta. – Para si ou para o município? – É o mesmo saco”).
Podemos, por exemplo, comparar a situação do conto com a atual situação do Brasil ou da Venezuela.
Em modo de conclusão, gostámos deste conto devido ao seu carácter crítico que nos leva a refletir sobre variados temas da sociedade antiga e atual.
Francisca Andrade & Nuno Rios, 9ºC
O conto “Um dia destes”, de Gabriel Garcia Márquez, relata uma história que decorre numa certa manhã, no consultório de um dentista, onde um alcaide, com mau temperamento, aparece para extrair um queixal. Inicialmente, este revela-se simpático, forte e sensível, mas no final da consulta, volta ao tom autoritário e arrogante, afirmando que mandar a conta para ele ou para o município seria o mesmo.
Apreciei este conto porque narra uma história de corrupção, realidade que acontece, infelizmente, nos dias de hoje.
Os valores das personagens são antagónicos e são apresentados pelo autor através de uma linguagem clara e objetiva. Enquanto que o alcaide representa o abuso do poder e a corrupção, o dentista é mais humilde e sensível à dor alheia. O primeiro aproveitou-se do seu estatuto social para se afirmar superior, utilizando até recursos ilícitos. O dentista era madrugador, organizado, metódico e uma pessoa revoltada contra o regime opressivo que se vivia na Colômbia naquela época, mas que ainda existe nos dias de hoje em muitos países (“Aqui paga-nos vinte mortos”) e (“que te dá um tiro”).
Hoje em dia, a corrupção ainda existe em muitos países, como por exemplo, em Angola, onde o presidente e a sua família apoderam-se e roubam o dinheiro da nação para uso próprio, e na Venezuela onde é exercida uma violência desmesurada e onde reinam a insegurança, a opressão e a falta de expressão.
Em suma, a história do conto retrata temas da atualidade e da realidade do mundo em que vivemos.
Marta Pinho e André Mendes, 9ºC
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